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Exposição - Como Brincávamos no Passado 

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Como Bincávamos no Passado

O projeto «Como Brincávamos no Passado» começou em 2019. Dinamizado pela Biblioteca  Municipal de Tondela junto da comunidade sénior local, pretende recolher conhecimentos e experiências relacionadas com a construção dos brinquedos que, há 80, 60 e 50 anos, marcaram a meninice dos rapazes e das raparigas.

São dois os objetivos principais deste projeto. O primeiro é não deixar perder conhecimentos e   técnicas passados de geração em geração, ao longo de séculos, através da oralidade. O segundo objetivo é dá-los a conhecer às crianças de hoje, permitindo-lhes vivenciar experiências de antigamente e, ao mesmo tempo, aprender como é possível construir brincadeiras com materiais banais do quotidiano. 

Esta exposição não teria sido possível sem a participação das seguintes instituições sociais do    concelho de Tondela:


Foram os utentes destas instituições que construíram os brinquedos em exibição e que deram os testemunhos reproduzidos nos vídeos e nos painéis.

Em termos técnicos, os brinquedos expostos classificam-se como brinquedos populares. 

Os brinquedos populares eram produzidos pelas crianças ou pelos seus familiares e amigos utilizando desperdícios caseiros (retalhos de tecido, meias velhas e calçado velho, cacos de louça, etc.) e / ou elementos naturais (madeira, bugalhos, pedras, folhagens, etc.). Em linguagem corrente, eram os brinquedos de «fabrico próprio». Neste processo criativo, unia-se, pois, a imaginação aos conhecimentos aprendidos com os mais velhos. 

Já havia, claro, os brinquedos fabricados em série nas fábricas, mais resistentes, com melhores formas e cores apelativas. Eram, contudo, brinquedos de luxo, inacessíveis às classes trabalhadoras, cujos rendimentos eram escassos até para comprar o essencial, como comida e algum vestuário. 

Nos testemunhos recolhidos, é constante a referência às seguintes categorias de brinquedos: bonecas de trapos; transportes (motas de madeira, carrinhos de rolamentos); armas (fisgas, pistolas de cana); adornos (colares de bolas de eucalipto); adereços (sapatos de folha de figueira); instrumentos sonoros (gaitas de folhas de abóbora); representações de animais em madeira ou com bugalhas; recriação de objetos de uso doméstico (vassouras) ou agrícola (carros de bois); e jogos (da macaca, das pedrinhas, das caricas, o bota-fora, a porca, a bilharda, a malha, o pião, entre outros).


Estes brinquedos e jogos, porque construídos com base em saberes seculares, encontram-se disseminados praticamente por todos os lugares de Portugal, embora se registem particularismos locais na forma ou no nome.

Ser-se criança antigamente, em especial ser-se criança pobre, é muito diferente de ser criança hoje. Ia-se pouco à escola (quando se ia) e trabalhava-se muito – em casa e no campo – para ajudar a família a «pôr pão na mesa». 

Brincar era, por isso, um momento verdadeiramente de lazer, de descanso. Mas não só. Era também uma ocasião para fortalecer amizades e desenvolver saudáveis rivalidades pelo brinquedo mais bonito ou pelo maior número de vitórias nos jogos. 


Brincar era, em suma, um momento de pura fruição do tempo para ser livre e ser criança.

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